As mulheres cresciam ouvindo o discurso de que a felicidade está em casar-se, ter filhos e construir uma família, porém essa fala já não é composta de tanto sentido, já não é mais uma realidade “imposta”. Cada pessoa busca a felicidade em diferentes contextos e com certa liberdade para tal, sendo que nem sempre essa felicidade está ligada a possibilidade de ter filhos.
Toda mulher nasce predisposta geneticamente a gerar filhos, mas isso não significa que ela tenha o tal “instinto materno”. O desenvolvimento deste instinto acontece no decorrer da vida, de acordo com suas experiências e percepções das mesmas.
É comum se deparar com mulheres que não querem ter filhos, mas também com mães que não tem o instinto materno. Para essas mães é necessário trabalhar frente ao estabelecimento de um vínculo que busque suprir as necessidades dessa criança, bem como a relação dessa mulher com a culpa por não se sentir uma boa mãe, difundida tanto da sociedade, mas principalmente nesse caso por cobranças internas.
A realidade atual de muitas mulheres não contempla a verdadeira disponibilidade para a maternidade. Hoje, a mulher tem esse poder de escolha, embora ainda se depare com julgamentos externos e internos, quando opta por não ser mãe.
Com o desenvolvimento da sociedade, as mulheres passaram a assumir mais a sua personalidade e seus desejos, apresentando um olhar diferenciado no que diz respeito ao seu papel, incluindo direitos, na sociedade como um todo. Dessa forma, o número de mulheres
que não querem ser mães aumenta a cada dia, compreendendo que a visão dessas mulheres vem se desenvolvendo e fazendo com que esse movimento seja parte de uma opção de vida.
Atualmente a mulher encontra lugar no mercado de trabalho, se destaca nele, e na maioria das vezes não se predispõe a realizar exclusivamente os cuidados com a casa, filhos e marido.
Outro ponto importante é a percepção dos desafios da maternidade, que ocorre a partir de discussões mais realistas que expõem as dificuldades sobre o tema e não apenas as mudanças que fazem parte “do mundo cor de rosa”.
Chegamos a um momento em que ser mãe é uma opção, uma escolha de vida que pode ou não ser feita de acordo com as próprias necessidades. Nesse ponto o ser humano passa a ter a oportunidade de olhar a si mesmo, entender seus desejos e prioridades antes de olhar para o outro e isso sim é ponto de partida para uma vida emocional equilibrada.