Uma das características mais marcantes em nosso tempo é a superficialidade dos relacionamentos.
Os vínculos se tornaram cada vez mais soltos, as pessoas evitam assumir compromissos e a escolha ou rejeição de um(a) possível parceiro(a) é feita ao deslizar o dedo pela tela do smartphone.
Se por um lado essa liberdade permite explorar melhor os próprios interesses, por outro ela contribui para um cenário onde mais e mais pessoas apresentam dificuldade para se conectar verdadeiramente a outros seres humanos.
E enquanto muitos culpam apenas as redes sociais, a superficialidade dos relacionamentos se alimenta também da nossa insegurança – medo de não satisfazer outras pessoas, ou de sofrer uma decepção com elas.
Por conta da insegurança, criamos uma parede emocional em nosso interior, que é apenas colorida
pelas novas tecnologias, mas sempre esteve lá.
Ela nos faz perceber cada defeito pessoal, cada possibilidade de estragarmos um relacionamento, e
então evitamos nos envolver profundamente para evitar que alguém possa “descobrir” que, por trás da pessoa animada que parecemos ser, somos cheios de problemas.
Quanto mais conservamos a superficialidade nos relacionamentos, mais essas duas ideias se reforçam, pois sem nos aprofundar na vida de outras pessoas não podemos perceber que elas também são cheias de desafios, afinal todo mundo é. É quase impossível construir bons relacionamentos sem permitir que o outro conheça as nossas falhas.
O papel da insegurança na superficialidade dos relacionamentos
Olhe ao seu redor e pense nas pessoas em quem você confia; elas provavelmente sabem algo sobre
você que não está nas suas redes sociais.
Vencer a superficialidade nos relacionamentos, muitas vezes, é se aprofundar em si mesmo e aceitar o que você tanto procura esconder.
Em algum momento, outras pessoas vão acabar sabendo sobre o seu passado, ou as dificuldades com as quais não consegue lidar no presente, e é justamente por isso que elas vão se conectar de verdade com você!
