O Cão Negro Chamado Depressão

Em algum momento da história, Winston Churchill (ganhador do Prêmio Nobel
de Literatura), ajudou a tornar popular o termo “cão negro” como um sinônimo
da depressão. O britânico relatou todo o seu sofrimento, descrevendo, nos
mínimos detalhes, os períodos infernais que viveu, enquanto lutava contra essa
doença.
Pois é! Uma doença! Apesar de muitas pessoas ainda se agarrarem à ideia
errônea de que a depressão é uma “frescura” ou “alternativa para chamar
atenção”, a doença, sem qualquer distinção, continua atingindo todo tipo de
pessoa e levando a um estado de profundo desespero.
Mas, por que um cão negro?
Trata-se apenas de uma metáfora. No entanto, ela retrata perfeitamente alguns
momentos da depressão. Afinal, um cão é extremamente fiel, e por isso, não
larga o seu grande amigo. Apesar disso, o cão negro (cuja cor foi escolhida
para representar o lado negativo das coisas), está sempre ali, mordendo os
calcanhares, impedindo o seu amigo de progredir em sua vida.
No livro “Eu Tinha Um Cão Negro: Seu Nome Era Depressão”, Matthew
Johnstone oferece uma visão extremamente realista dessa enfermidade, mas
consegue apresentar uma postura animadora, mesmo com a presença desse
companheiro tão negativo.
Enfim, por não ser algo visível, como um braço quebrado, por exemplo, a
depressão continua sendo vista como uma espécie de “invenção fantasiosa”
por muitas pessoas. O que não é verdade, já que, segundo a OMS, a
depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
Ademais, com essa ignorância nos arredores e tamanha indiferença, a pessoa
com depressão acaba sofrendo ainda mais. Ela quer ajuda, mas sofre quando
dizem para “parar de frescura e sair do seu quarto”.
De qualquer modo, o primeiro passo para enfrentar a depressão é reconhecer
que o Cão Negro está lá, ou seja, deve-se “tirá-lo do escuro” e procurar por um
apoio capaz de lhe ajudar a enfrentar os grandes desafios que essa doença
moderna oferece aos seus portadores.